quarta-feira, 15 de junho de 2011
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Literatura infantil com grife
Gente, uma ótima notícia pras nossas crianças e adolescentes! Agora, as editoras brasileiras estão interessadas em publicar histórias infano-juvenis com a assinatura de escritores consagrados pra nós, os adultos. Segue trecho do artigo de Mauro Ventura no Globo (29/05/2011)... " Henfil surge com um sapo, Ferreira Gullar e T.S. Elliot aparecem com gatos, Eduardo Galeano vem com um papagaio. Keith Haring fez de presente para a filha de um amigo, Salman Rushdie dedicou ao filho, João Ubaldo Ribeiro homenageou o pai, João Cabral de Melo Neto matava as saudades da neta. De uns meses pra cá, as editoras descobriram um novo filão: os livros infantis e infanto-juvenis feitos por nomes consagrados por seu trabalho para adultos, ricamente ilustrados. Isabel Lopes Coelho, editora dos livros infantis da Cosac Naify, explica que a idéia é "proporcionar o contato entre as crianças e grandes nomes da literatura como parte do processo da formação do leitor": - Nossa filosofia é reduzir ao máximo a distância entre o catálogo adulto e o infantil, entre o leitor adulto e o leitor criança..."
Não é sensacional?!
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Cinema - A Culpa é do Fidel
Esse filme ficou muitas, mas muitas semanas em cartaz e eu não o vi. Só agora, depois de uns 3 anos, consegui assisti-lo e adorei!
"A Culpa é do Fidel" se passa na França nos anos 60 e a história é contada através dos olhos de uma garotinha (muito fofa e excelente atriz!). O filme é da Julie Gravas, filha do excelente Costa Gravas e segundo ela, é autobiográfico.
Eu sempre gosto de filmes que remontam à fatos importantes, mas sob a ótica infantil. Acompanhar a pequena Ana na conturbada França do final dos anos 60 é uma delícia. Vale a pena!
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Natalia Klein - Onde se conhece alguém?
Gente, não conheço muito o trabalho dessa carioca. Só sei que ela tem um programa, recente, no canal Multishow chamado Psicose. Lendo o Globo final de semana passada, dou de cara com um artigo escrito por ela. Beeem engraçado! e claro, vale a postagem aqui. Aí vai...
" Em primeiro lugar, gostaria de deixar bem claro que não faço a menor idéia. Não sei o que se passa com os homens interessantes dessa cidade. Ao que parece, eles se escondem em algum porão secreto e, quando aparecem, já estão casados ou namorando. Ou, então, o porão era uma espécie de armário e eles saem de lá sarados e fãs de Lady Gaga.
Uma amiga minha, que considero legal e descolada, disse que conheceu o namorado dela num samba. Concluí que eu também poderia perfeitamente conhecer alguém interessante num samba. Exceto por uma detalhe. Eu não sei sambar! Quer dizer, quando o lugar está bem cheio e escuro, finjo que sei. Tenho uma técnica infalível que consiste em mover os ombros e a cabeça como quem está sentindo a música e erguer as mãos com as palmas viradas para cima (de preferência durante o refrão, quando também finjo saber as letras.)
Mas como a técnica não inclui dançar em dupla, percebi que será bem difícil conhecer alguém interessante num samba. Talvez flertando num bar. Só não sei que bar. Aqui no Rio, só conheço bares com mesas para grupos de amigos e casaizinhos. Ou grupos de amigos compostos por casaizinhos. E eu geralmente estou nessas mesas como representante do número ímpar.
De todo modo, é impossível flertar nesse tipo de bar. Primeiro porque não sei flertar. Quando eu fixo o olhar em qualquer coisa por mais de 5 segundos, meus olhos começam a arder e a lacrimejar. Dali a pouco o cara vai achar que eu estou chorando porque estou deprimida.
Também não sei ser sedutora/sensual. Não suporto mulheres que ficam mexendo no cabelo de maneira sexy. Talvez porque meus cabelos sejam cacheados e não me seja permitido ficar mexendo neles de maneira sexy. Na única vez que tentei fazer isso, meus dedos ficaram presos no meio do caminho porque os fios estavam embaraçados. É por isso que se for para conhecer alguém interessante, não vai ser num samba, nem um bar.
Uma outra amiga minha, que eu também considero legal e descolada, disse que conheceu o marido dela numa boate. Aliás, falando nisso, qual é o termo atual para boate? Acho boate muito anos 60. E discoteca é super anos 70. Afinal, qual o nome que se dá àquele lugar insalubre e lotado onde um monte de gente desinteressante se reúne para beber e dançar ao som de músicas desagradavelmente altas? Uma terceira amiga minha, também muito legal e descolada, disse que o termo pra isso é night. Tenho certeza absoluta de que se for para conhecer alguém interessante não será nem num samba, nem num bar, nem na night.
Nossas amigas legais, descoladas e solteiras têm sempre alguém ótimo para nos apresentar. E eu sempre penso que se o cara fosse assim tão ótimo, as amigas iriam querer pra elas. Já as legais, descoladas e comprometidas entram numa de nos apresentar os amigos dos namorados delas. Outra roubada. Se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que amigo de namorado de amiga NUNCA é interessante. Eles são sempre meio carecas, gordos e cheios de opiniões irritantes sobre vários assuntos. Quando aparece um mais bacaninha, pode ter certeza de que é comprometido.
Talvez as pessoas interessantes estejam no cinema. Ou numa exposição de um artista plástico incrível que eu não vou saber o nome porque não sou culta o bastante. Talvez essas criaturas estejam do seu lado e você não perceba. O.k. isso é totalmente mentira. Eu olho para os lados O TEMPO TODO e não vejo nada.
Ainda não descobri qual é o tal porão secreto onde os homens interessantes e solteiros do Rio se escondem. Se alguém ficar sabendo, me conte. Até lá, triste admitir, poderei ser vista circulando pela cidade, provavelmente em sambas, bares e nights. Talvez até saindo com amigos de namorados de amigas. E sempre, sempre olhando para os lados.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Airplanes - B.o.B. feat. Hayley Williams
" I could really use a wish right now...right now..." eu adoro essa música!
Já gosto do B.o.B. faz um tempinho e da banda Paramore com a lindinha e talentosa Hayley Williams. E essa dupla junta...ficou muito bom!
Vale a pena ouvir e pra quem entende a letra...melhor ainda!
Who dat girl - Florida
Outra música que não sai da minha cabeça e que já dançei em tudo que é festinha...
Me diz se não vicia, hein?!
This is my song for you - John Miles
Essa música é tão bonitinha...abre com chave de ouro a minha volta ao meu blog amado!
Pessoal, estive bastante atarefada e não deu pra atualizar...embora eu tenha toneladas de
material para publicar! Um bom início de semana pra todos!
Essa aí é do John Miles...bem antiguinha, mas com uma batida e letra muito significativas pra mim.
quarta-feira, 30 de março de 2011
Midnight bottle - Colbie Caillat
Uma canção fofinha pra animar esse final de quarta-feira. Adoro a Colbie! =)
quinta-feira, 24 de março de 2011
Copia Fiel
Eu sempre admirei o trabalho da Juliette Binoche, mas quando assisti à Cópia Fiel domingo passado... ela definitivamente entrou no hall das minhas atrizes espetaculares, independente do filme que faça. O filme é diferente, digo, locação aparentemente óbvia (Toscana), mas não como fundo de uma história de amor, mas sim como parte integrante do elenco. Os dois atores são ótimos e intercalam o inglês, o italiano e o francês com uma naturalidade que impressiona. Bom, não vou falar muito mais que isso...só que eu o recomendo para casais, especialmente os que convivem há um bom tempo juntos. Os diálogos são muito interessantes, por vezes, cansativos, mas como um todo vale a pena assisti-lo.
terça-feira, 15 de março de 2011
Equador - Miguel Sousa Tavares
Aí vai uma boa dica de leitura. Equador de Miguel Sousa Tavares, que já é considerado um best-seller em Portugal e tem vendido bem por aqui, tem uma narrativa deliciosa e minuciosa sobre a virada do século XX nas colônias portuguesas e da relação escravagista ainda existente nas tais. O livro não é maçante e cheio de detalhes históricos, mas apresenta o cenário político, econômico e social da época ao mesmo tempo que conta a história do personagem central. Olha, o livro tem 500 páginas e em 5 dias, já o estou terminando. Impressionante como ele te toma e é impossível largá-lo...uma façanha pra mim, que amo ler, mas levo um tempo considerável pra terminar os meus livros.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Katy Perry - California gurls
Uma musiquinha fofa pra animar esse fim de quinta-feira =)
A Katy é uma graça e essa parceria com o Snoop Dogg é boa!
Assite aí....
Vestida para conquistar? por Constanza Pascolato
"Aos 22 anos, uma garota de Manhattan faz sucesso na blogosfera ao defender, com humor cáustico e mordaz, que mulheres seguidoras de tendências de moda acabam espantando os homens que, em tese, gostariam de atrair por Constanza Pascolato" (Vogue Brasil - março/2011)
Gente, confesso que ao ler essa reportagem, caí na risada...essa moça, reponsável pelo blog The Man Repeller, é hilária e o blog de moda dela é muito bom! O nome dela é Lendra Medine e ela vive em Manhattan. O curioso é que somente com 22 anos, a Leandra, que estuda moda, conseguiu se dar conta de que ser fashion victim pode ser a maior furada pra quem quer conquistar um amor... na reportagem, ela posta 2 fotos com o mesmo look, só que um é the man getter e o outro the man repeller. Muito bom! E, pra falar a verdade, é bom ver gente consciente do quão ridículas nós parecemos aos olhos masculinos com determinados looks. Aí vai a reportagem da Vogue...
"Num oceano de possibilidades disponíveis na rede, me divirto surfando por The Man Repeller, um dos mais interessantes blogs de moda do momento. É feito por uma menina de 22 anos que vive em Manhattan, Leandra Medine, onde termina o curso da Parsons School of Design, outro hit fashion. Em tom hilário, a garota parte do princípio de que milhares de propostas de moda lançadas para mulheres são fatalmente repelentes aos homens que essas mesmas mulheres gostariam de atrair. Por isso o blog é tão divertido, com seu humor cáustico e mordaz que o faz parecer rebelde, o que, de fato, não é. Medine simplesmente tem bom gosto e conhece todos os cacoetes e truques de styling da moda atual. Pessoalmente, também adorei saber que a expressão man repelling está sendo usada como adjetivo pelo povo da moda em Nova York. A leitura dos posts de Medine revela que ela é uma típica representante dos millenials. Nesta era da geração look at me, a garota tem o dom do marketing, que usa habitualmente para construir o seu "produto" principal - no caso, ela mesma.
Com pouco mais de um ano, o blog já lhe rendeu um perfil no The New York Times, outro na revista Lucky, além de dezenas de entrevistas. Em todos esses veículos, miss Medine insiste que é o tipo de mulher que ama tendências de moda, as mesmas que os homens odeiam.
Fashionistas, ela diz, não levam em conta o que "eles" pensam. Apostam, por exemplo, no mix de estampa floral com onça; são fãs de calças clochard, odalisca, e carrot; adoram um turbantezinho, poncho e ombreiras; abusam das sobreposições (grunges ou não); arrematam o visual com óculos de grandes armações e lentes transparentes (sem grau), como se fossem as nerds das high schools americanas. E, quando têm de escolher, "optam pelo prêt-à-porter em vez de um relacionamento". Sarcástica, Medine explica que vários fatores contribuíram para o start do blog. Ela estava namorando um rapaz razoavelmente conservador, "instável e inconstante", que não queria se comprometer porque pensava "que iria viver uns mil anos". Sinal de perigo. "Por causa desse fiasco, resolvi fazer compras na Topshop com uma amiga e aproveitei para reclamar da minha vida amorosa. De repente, ela me chamou a atenção para o fato de que estava prestes a comprar uma calça jeans de lavagem ácida, meio odalisca, horrível, a melhor maneira de espantar qualquer pretendente. Pior: as roupas que vestia eram totalmente empata-namoro. Foi aí que veio a idéia do blog. Comecei naquela mesma noite.
O bacana do The Man Repeller é que ele revela o que é "afugentador" na roupa para o sexo oposto ao mesmo tempo em que apresenta interpretações cheias de estilo (coisa que Medine tem de sobra) das tendências mais interessantes da "moda de rua". Um ótimo exemplo, é o post intitulado "O Vestido Nu: de Atraente a Repelente", inspirado no episódio de Sex and the City em que Carrie Bradshaw usa, em seu primeiro encontro com Big, um vestido nude que terminaria sendo o "grande culpado" pela conclusão ultrassexy da noite, no assoalho do quarto de dormir. Medine aproveita o episódio para mostrar que uma mesma peça de roupa pode atrair ou repelir - tudo vai depender do styling. Um sexy minivestido de cetim nude usado com igualmente sensuais sandálias Louboutin é 100% atraente. Quando ganha styling mais rebuscado, com direito a meia soquete com estampa cartoon e sandálias de plataforma de oncinha no lugar dos Louboutins, vai ficando cada vez mais fashion e, segundo ela, cada vez mais repelente.
Miss Medine também acha que as fashion weeks internacionais são verdadeiros paraísos man repelling, com Paris encabeçando a lista. Para ela, as grifes internacionais campeãs no quesito "afugenta homem" neste ano foram Marni, Rick Owens, Gareth Pugh e os teddy-boys de Nicholas Ghesquière para Balenciaga. Os mais atraentes - ou man getting - são: Ralph Lauren, Valentino, Dolce&Gabbana, Alberta Ferreti, Oscar de La Renta e Carolina Herrera.
O interessante das críticas e análises de Leandra é que ela mostra os dois lados da moeda e não cai nunca na armadilha do certo ou errado, por ter verve apaixonada, conhecimento de moda, personalidade e independência. E, como sua mãe disse à repórter do New York Times: ' Ela tem relacionado moda ao feminismo e está dizendo que as mulheres se vestem pra si próprias.' Afinal, segundo Medine, se seu namorado não gosta de sua roupa, talvez seja ele que não vale a pena."
quinta-feira, 3 de março de 2011
Arte - coluna da Márcia Fortes no O Globo
Eu adoro arte, em todas as suas formas... seja em esculturas, pinturas, colagens, videos e por aí vai...
Lendo o Globo de 27.02.2011, me deparo com uma coluna pra lá de interessante sobre o mercado de arte internacional e a forma como nós brasileiros reagimos aos trabalhos dos nossos conterrâneos...
Lê e me diz se a Márcia Fortes, que é diretora da Galeria Fortes Vilaça, não tá coberta de razão, hein?
" Não tenhais medo, pois valeis mais do que muitos pardais". Evangelho segundo São Mateus, capítulo 10, versículo 31.
Na Christie´s em Londres, durante o leilão de arte contemporânea semana passada, o clima era ameno e positivo. As batidas do martelo confirmavam a venda de 92% dos lotes da noite. Uma tela de Andy Warhol a 9,6 milhões de libras. Outra de Lucio Fontana a 2,4 milhões de libras. E uma Adriana Varejão a 1,1 milhão de libras, novo recorde para uma obra de artista brasileiro vivo. O ítalo-argentino Lucio Fontana, morto em 1968, é um dos expoentes da Arte Povera na Itália e um ícone da História da Arte do século XX. Já Adriana Varejão nasceu no Rio de Janeiro em 1964 e, desde o final dos anos 80, transforma referências explícitas da História (da vida e da arte) em obras de marcada originalidade. A pintura de Varejão, intitulada "Parede com incisões La Fontana II", atingiu metade do preço da tela do artista que lhe serviu de inspiração. Um marco impressionante para essa carioca, ainda jovem.
Em 2009, a tela "O mágico", de Beatriz Milhazes, atingiu na Sotheby´s de Nova York US$ 1 milhão. Isso não acontece da noite para o dia. É fruto do talento e da perseverança profissional dessas artistas, principalmente. A arte produzida hoje no Brasil tem um vigor e uma qualidade que impressionam os espectadores mais sensíveis e abertos. Digo "abertos" pois o preconceito ainda prevalece, por parte dos europeus e dos americanos, que são o epicentro do chamado "mundo da arte". Mas também, isso sim é triste, há um preconceito de nós brasileiros que ainda não aprendemos a pensar por nós mesmos, independentemente da aprovação estrangeira. Absorver e engolir o outro, tudo bem - a antropofagia é nosso alimento perpétuo. Mas subjugar-se ao outro, espelhar-se e terminar por aniquilar-se no outro, assim vamos mal.
Por que alguns artistas americanos ou europeus da mesma geração de Milhazes e Varejão, um John Currin ou Peter Doig ou ainda um chinês como Ai Weiwei, são ainda mais valorizados? Porque eles são apoiados, promovidos e adquiridos por seus conterrâneos. Porque em seus países há um forte circuito de galerias e instituições que os expõe e patrocina. Porque nos leilões os chineses alcançaram preços estratosféricos pagos pelos próprios chineses - imprimindo assim tamanha segurança que os "outros", os estrangeiros, foram atrás. Porque o sucesso mundial do YBA (Young British Artists, movimento dos anos 90) deveu-se aos próprios ingleses, que se uniram e gritaram ao mundo: "We are fucking brilliant!" Porque foi o americano Larry Gagosian quem pagou 9,6 milhões de libras pelo americano Andy Warhol. Porque eles, sim, sabem construir seus próprios mitos, colocar H maiúsculo na sua História.
Foi o argentino Eduardo Constantini quem arrematou a obra de Beatriz Milhazes, disputando os últimos lances com um brasileiro - reconfortante saber que nós, os sul-americanos, valorizamos uns aos outros. Fontes da Christie´s informaram que a tela de Varejão foi comprada por um brasileiro, e que os últimos lances foram disputados por outros dois brasileiros e um europeu. Excelente demonstração de autoestima! Precisamos praticar autossuficiência em casa e autoafirmação no exterior. Não aguento mais ouvir dos possíveis compradores brasileiros de nossos artistas: "Ele já mostrou no exterior?" Quando nos livraremos da consciência de colônia? Precisamos de uma dose de ufanismo na veia. Descontextualizando Jane Austen, ao preconceito estrangeiro vamos reagir com orgulho. Folgo em saber que alguns brasileiros estão agindo de forma contundente na mudança de paradigma para a nossa cultura. É assim que se faz a valorização da arte brasileira no exterior, é mostrando que fazemos, que temos, que podemos e acreditamos. Em nós."
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Defendendo a ciência
Gente...tô bem plural essa semana...
gostei bastante do texto do Marcelo Gleiser na Folha de S.Paulo (13.02.2011). Ele fala sobre um assunto que já vem sendo discutido faz um tempinho e de como ele interfere na educação escolar, seja aqui, nos EUA ou em qualquer parte do mundo.
Aí vai...
" Parece notícia velha, mas a ciência e o ensino da ciência continuam sob ataque. Por exemplo, uma busca na internet com as palavras "criacionismo", "escolas" e "Brasil" leva ao portal http://www.brasilescola.com.br/. Lá, há um texto, de Rainer Souza, da Equipe Brasil Escola, que discute a origem do homem. O autor afirma que o assunto é "um amplo debate, no qual filosofia, religião e ciência entram em cena para construir diferentes concepções sobre a existência da vida". No final, diz: "sendo um tema polêmico e inacabado, a origem do homem ainda será uma questão capaz de se desdobrar em outros debates. Cabe a cada um adotar, por critérios pessoais, a corrente explicativa que lhe parece plausível." "Critérios pessoais" para decidir sobre a origem do homem? A religião como "corrente explicativa" sobre um tema científico, amplamente discutido e comprovado, dos fósseis à análise genética? Como é possível essa afirmação de um educador, em pleno século 21, num portal que leva o nome do nosso país e se dedica ao ensino? Existem inúmeros exemplos da tentativa, às vezes vitoriosa, da infiltração de noções criacionistas no currículo escolar. Claro, se o criacionismo fosse estudado como fenômeno cultural, não haveria qualquer problema. Mas alçá-lo ao nível de teoria científica deturpa o sentido do que é ciência e de seu ensino. Um país que não sabe o que é ciência está condenado a retornar ao obscurantismo medieval. Enquanto outros países estão trabalhando para educar seus jovens sobre a importância da ciência, aqui vemos uma corrente contrária, que parece não perceber que a ciência e as suas aplicações tecnológicas determinam, em grande parte, o sucesso de uma nação. Muitos dirão que são contra a ciência apenas quando ela vai de encontro à fé. Tomam antibióticos, mas rejeitam a teoria da evolução. Se soubessem que o uso de antibióticos, que aumenta as chances de que os germes criem imunidade por mutações genéticas, é uma ilustração concreta da teoria da evolução, talvez mudassem de idéia. Ou não. Nem o melhor professor pode ensinar quem não quer aprender. Os cientistas precisam se engajar mais e em maior número na causa da educação do público em geral. Mas devemos ter cuidado em como apresentar a ciência, sem fazê-la dona da verdade. Devemos celebrar os seus feitos, mas ser francos sobre suas limitações e desafios (a teoria da evolução não é um deles!)
Não devemos usar a ciência como arma contra a religião, pois estaríamos transformando-a numa religião também. Achados científicos são postos em dúvida e teorias "aceitas" são suplantadas.
Bem melhor é explicar que a ciência cria conhecimento por meio de um processo de tentativa e erro, baseado na verificação constante por grupos distintos que realizam experimentos para comprovar ou não as várias hipóteses propostas.
Teorias surgem quando as existentes não explicam novas descobertas. Existe drama e beleza nessa empreitada, na luta para compreender o mundo em que vivemos. Ignorar o que já sabemos é denegrir a história da civilização.
O problema não é não saber. O problema é não querer saber. É aí que ignorância vira tragédia."
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Professores digitais
Li um texto bem interessante sobre "professores digitais" e o achei bastante pertinente, já que como professora, ele me fez pensar sobre o assunto.
Esse artigo é de Gilberto Dimenstein e foi publicado na Folha de S.Paulo em 13.02.2011. Mesmo pra quem não está no ramo da educação, vale a pena refletir sobre esse mundo cada vez mais conectado e globalizado. Segue...
"Quando encontra dificuldade para ajudar o filho na lição de casa, Bill Gates aciona o professor Salman Khan. "Tudo fica fácil", diz Gates, que, nos últimos anos, vem gastando dezenas de milhões de dólares em sua fundação para descobrir novos jeitos de educar.
Filho de família da Índia e de Bangladesh, Khan tem um currículo capaz de impressionar qualquer gênero: no MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts), fez matemática, engenharia elétrica e ciência da computação; em Harvard, administração. Mas o que impressiona mesmo Gates é o valor das aulas: são de graça e acessíveis a qualquer um - aliás, neste momento, se quiser, você também pode entrar na internet e receber as mesmas aulas.
Khan foi um dos personagens que influenciaram Gates a escrever um texto em que sugere a substituição dos professores convencionais por aulas, acompanhadas de exercícios, gravadas com recursos multi-meios por professores como Khan e distribuídas para todos. "É melhor uma boa aula desse tipo do que as dadas por professores medíocres", provoca o criador da Microsoft.
Muita gente está levando a sério a possibilidade de as novas tecnologias exterminarem o professor como o conhecemos. Haveria uma radicalização do ensino a distância. Já há recursos para que um curso seja dado sem interferência humana. As aulas são gravadas e todos os debates, exercícios e notas são feitos por um programa de computador.
Autor da idéia de um computador por criança, Nicholas Negroponte me disse que está preparando uma experiência para ser lançada em comunidades da África e da Ásia que têm alto índice de analfabetismo. Quer deixar num lugar público computadores conectados à Internet para ver como e se as crianças conseguem aprender a ler e a escrever sozinhas. "Cada vez mais o conhecimento vai ser transmitido fora da sala de aula", comentou.
Esse tipo de recurso pode ajudar muito os alunos, especialmente os mais pobres, mas duvido que possa atingir a excelência sem que se viva num ambiente criativo, estimulante, com trocas entre alunos e professores motivados. Qualquer um pode acessar aulas do MIT ou de Harvard, entre outros grandes centros de ensino. Outra coisa é entrar num laboratório e acompanhar, por exemplo, o nascimento de um carro capaz de estacionar sozinho. Esse projeto é desenvolvido no AgeLab, que se dedica a criar produtos e serviços para idosos. Já está criando roupas e acessórios para os mais velhos evitarem acidentes.
Estou aqui em Harvard experimentando uma poderosa combinação do virtual com o presencial, num curso sobre experiências educativas internacionais. Cada aula se transforma num fórum na Internet entre os estudantes, conduzido por três monitores. Daí surgem outros fóruns autônomos para cada comentário. Para aprofundar as questões, a classe, separada em três grupos, reúne-se presencialmente.
O professor mistura as aulas expositivas com depoimentos de convidados do mundo inteiro, que, a distância, ilustram os textos curriculares. Um explica como usa a tecnologia para melhorar o ensino em áreas rurais da Índia, outro conta como cria bibliotecas em remotas vilas da Ásia ou da África. Depois da exposição, os convidados respondem às questões dos estudantes. Tudo é gravado e postado na rede.
Tecnologia alguma, porém, supera o entusiasmo de um professor como Fernando Reimers. Ele viaja pelo mundo para conhecer experiências educacionais e participa de algumas delas. Não há software capaz de competir com essa paixão.
O que veio para ficar foi o fato de as informações circularem, criando a possibilidade de que o mundo se converta numa imensa comunidade de aprendizagem. Existem sinais por todos os lados. Um dos negócios que prosperam no mundo digital são páginas abertas a perguntas que são respondidas por leitores. A diferença agora é que empresas estão contratando especialistas para dar respostas quase imediatamente. Há redes sociais em que se podem aprender todas as línguas importantes. Em outras páginas, são ensinadas expressões e gírias que acabam de surgir. Aprende-se espanhol com alguém que está na Argentina ou na China.
O que vai mudar é que o professor que despeja automaticamente os conteúdos será mesmo dispensável, pois será mais caro e menos eficiente do que uma tela de computador.
PS - Coloquei no www.catracalivre.com.br os links desta coluna: o AgeLab, o MIT, o ensino de línguas, as aulas do professor Khan, as redes sociais para o aprendizado dos idiomas e os cursos gratuitos de universidades."
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Cinema - Coco & Igor
Tenho visto vários filmes, inclusive os que estão concorrendo ao Oscar desse ano, mas vou postar sobre um que vi no final de semana passado e que me tocou especialmente.
O filme é Coco & Igor e fala sobre a temporada que o compositor russo Igor Stravinsky, juntamente com sua família, passou hospedado na casa de Coco Chanel para compor. Esse fato é verídico, mas a relação amorosa que se estabelece entre os dois nesse período, não é comprovada.
O que mais me emocionou foi o cuidado com os figurinos e a decoração dos ambientes. Mademoiselle sempre à frente de seu tempo e uma ótima mulher de negócios. As cenas de amor foram pertinentes, mas a música, a arquitetura e a decoração + os figurinos dos personagens daquela época me arrebataram!
Pra quem curte esses coadjuvantes, vale cada segundo!
Um primor!
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Literatura - Na sala com Danuza
Oi pessoal! Estou muito lenta com as postagens, mas tenho visto e lido muita coisa interessante.
Uma delas é esse livrinho da Danuza que foi, primeiramente, publicado em 1992, embora essa edição seja atualizada.
A Danuza Leão é uma jornalista capixaba, mas que é mais carioca do que muitos que conheço por aqui. Gosto muito da visão que ela tem sobre as trivialidades do cotidiano. Ela é bastante sagaz e divertida ao mesmo tempo. Nesse livro, ela faz uma releitura pessoal de certas "normas" de convívio social. O livro não se propõe a ser um livro de etiqueta e sim, o olhar da Danuza sobre certos temas como morar junto, hospedar pessoas em sua casa, mundo gay, etc...
O livro é uma d-e-l-í-c-i-a! e como sempre, sou uma das últimas a ler...
Entretenimento garantido de qualidade e muito útil em algumas situações.
Palmas para a Companhia das Letras que está seguindo o exemplo da nossa querida LP&M e lançando literatura de qualidade com preço acessível.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
A interferência do destino - Martha Medeiros
Mais um belo texto da Martha Medeiros para fazer nossas cabecinhas refletirem..
"Nunca as pessoas procuraram tantas fórmulas para buscar serenidade e compreensão diante dos dilemas emocionais da vida. Muitos fazem terapia, outros se apoiam em medicamentos, há os que consomem literatura filosófica, psicanalítica ou de autoajuda, há quem busque respostas na astrologia, os que se consolam na religião, mas ainda que tudo isso (ou algo disso) ajude a lidar com os questionamentos que nos perturbam, nada parece convincente o bastante. Alguém consegue ter 100% de certeza sobre as escolhas que deve fazer? Vai ou fica? Arrisca ou espera? Aceita ou recusa? Todos os dias tomamos decisões, a maioria delas corriqueira, mas há momentos em que nos sentimos paralisados pela dúvida. O tão propagado autoconhecimento nos dá uma pista sobre o caminho a seguir, mas decidir é sempre tenso e desgastante.
Nessas horas de extrema fragilidade é que a gente torce para que não seja preciso decidir nada: tudo o que se quer é que o destino interfira.
E ele interfere. Um telefone que toca, um email que chega, um convite que é feito, uma pessoa que nos é apresentada. Uma trivilidade qualquer pode dar a você as respostas que não tinha. Ou simplesmente aniquilar com suas perguntas, o que é ainda melhor. Tudo o que se espera do destino é que ele assuma o comando por nós.
Exemplo: uma amiga estava tentada a ceder às investidas do ex-marido, mesmo sabendo que a relação não tinha mais combustível. Ainda sentia algo por ele, mas temia sofrer tudo o que já havia sofrido antes. Ainda assim, pensava: por que não dar outra chance? Por outro lado, vale a pena percorrer o mesmo caminho já trilhado? Enquanto se consumia entre o medo de voltar para um amor insatisfatório e o medo de perdê-lo para sempre, o destino resolveu o caso: ao entrar no elevador pela manhã, ela encontrou um moço que estava perdido, sem saber em que andar descer para visitar um amigo. Dias depois recebeu um email desse mesmo moço e o resto da história fica a critério da imaginação de cada um.
Outro exemplo: um homem havia recebido uma proposta para trabalhar em São Paulo, mas isso significaria ter que deixar a mulher e a filha em Porto Alegre, já que a carreira bem-sucedida dela a impedia de acompanhá-lo. Ele, por sua vez, estava ganhando mal, sentindo-se desprestigiado no emprego, e a nova oferta de emprego solucionaria essa questão, mas não tinha vontade de ir sozinho para uma cidade onde não conhecia ninguém. Fosse qual fosse a decisão tomada, haveria um custo emocional. Foi passar um feriado no Uruguai para espairecer e pensar melhor, ganhou uma bolada no cassino e investiu o dinheiro numa pequena sociedade com um ex-colega da faculdade, alterando completamente seu rumo profissional, sem precisar se mudar.
Vai ou fica? Arrisca ou espera? Aceita ou recusa? Que o destino, de vez em quando, decida por nós. A gente merece uma trégua."(fonte: O Globo 19.12.2010)
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Gossip - música
As melhores coisas do mundo - filme
Olha...pra quem tem filho adolescente, esse filme é um MUST!
Eu o vi só agora, mas pelo visto, fui a última à ver...
"As Melhores Coisas Do Mundo" ganhou vários prêmios em 2010.
É interessante ver como algumas coisas mudaram e outras continuam as mesmas da minha adolescência.
Vale cada minuto!!
O filme é muito delicado e as atuações de Francisco Miguez como Mano e Denise Fraga como a mãe dos garotos é 10!
Segue trailer...
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